Monday, December 12, 2005

MUITA CAMARADAGEM E POUCA FILHADAPUTAGEM OS MALES DO BRASIL SÃO.

“Arre, estou farto de ser um semideus!” – Fernando em Pessoa

Não existe nada mais falso do que um amigo verdadeiro. Um amigo verdadeiro é como aquele professor preguiçoso que não dá nota zero para não ter que corrigir uma prova a mais no semestre seguinte. Ou, melhor ainda, o amigo verdadeiro é aquele professor que dá a nota mínima oito, para não correr nem mesmo o risco de perder tempo em uma eventual revisão de provas – quem em sã consciência reclamaria de uma nota oito?

Pois bem. Eu reclamarei. E no seu íntimo, todos os escritores frustrados de blog reclamarão também.

O amigo verdadeiro é aquele que é incapaz de falar “está uma bosta” – nossos textos são sempre geniais, únicos, revolucionários. Somos sempre a Zíbia Gaspareto, digo, o Machado de Assis da nova geração. O amigo de verdade não liga para a verossimilhança. O amigo de verdade não liga para a originalidade. A verdadeira amizade encontra bases sólidas no local onde não se respeitam as regras ortográficas e gramaticais. Ah, regência verbal! Que entende você de amizades!?

Não podemos nos olvidar das linhas de baixo – e me refiro às musicais. O bom amigo é aquele que não as ouve, mas considera todas maravilhosas. O amigo médio é aquele que, por um infortúnio qualquer, nasceu com a inútil habilidade de saber identificar e reconhecer o som de um contra-baixo – e a avaliação é positiva. Sempre. E o que dizer da métrica então? O bom amigo é aquele que aprecia versos brancos e livres! Chorão, por exemplo, possui um grande número de amigos com hormônios a flor da pele.

Ah, mas não só de belas amizades é feito o mundo! Quem precisa das amizades verdadeiras são as crianças que fazem malabares na frente dos carros nas esquinas da cidade. Nós não. Nós precisamos dos filhas da puta. O filha da puta critica, mesmo quando não há crítica a fazer. O filha da puta lê o texto, ouve a música, numa busca frenética pelo deslize. O filho da puta é o caminho para o aprimoramento.

Não o filha da puta anônimo – pois este é um amigo travestido -, mas sim o filha da puta identificável que dá a cara, o blog e a banda para bater.

Filhos conhecidos das putas desconhecidas, este blog é para vocês.

3 comments:

Moon Safari said...

Não vou registrar minha opinião para não correr o risco de me enquandrar em alguma das alternativas.

Aaaah, Speed, tá muito bom esse texto!!!

(1º comentário? \o/ hohohohohoh)

Anonymous said...

Eu me identifico!
Sou fdp e dou a cara pra bater =P

Mas ficou bom pacas! Tem alguns errinhos de pontuação. Tem um lugar q vc botou ",", mas eu botaria um ";".
Ou seja, o texto tah uma bosta! =P

Guilherme said...

Você só serve mesmo pra escrever sobre substituição de sindicatos processuais no dissídio trabalhista coletivo.