Monday, January 09, 2006

A irrelevância de ser fiel

Ao contrário do que se propaga por aí, o homem, ser humano do sexo masculino, é fiel por natureza. Não que as inúmeras histórias sobre infidelidade conjugal protagonizadas por homens sejam caluniosas ou inverídicas. Pelo contrário, são a mais pura retratação da verdade. O que me espanta, no entanto, é que sejam justamente as mulheres que propaguem essas histórias aos quatro cantos – justamente elas, as culpadas! Elas, que agem como o estabanado beque central que, ao cometer a falta dentro da grande área, falta clara, falta escandalosa, simplesmente levantam os braços no mais hipócrita dos gestos.
Se ainda não entenderam meu ponto, serei mais claro e objetivo. As mulheres, que acusam os homens de infiéis, são justamente as responsáveis por esse desvio comportamental. E não me refiro à "amante" que, como poderia se imaginar, com as promessas e belezas ímpares, se mostrariam irresistíveis para o homem infiel. As culpadas são justamente as traídas. As que se dizem vítimas são justamente as culpadas, que acusam o inocente homem naturalmente fiel, corrompido pelo padrão comportamental da companheira.
Não buscarei aqui analisar quais os comportamentos femininos que dão causa à infidelidade – este é um trabalho que deixo às leitoras deste blog. Me limitarei a comprovar que o homem é por natureza fiel.
Basearei minha argumentação em dois pontos, mas esclareço que a fidelidade masculina pode ser constatada em inúmeros outros exemplos.
Primeiramente o barbeiro. Embora o homem seja conhecido por não ser vaidoso (metrossexuais à parte), uma análise mais minuciosa do comportamento masculino nos revela que o cabelo (ou a falta de, muitas vezes) é a grande, se não a única, preocupação estética do homem. Seu cabelo, enquanto existe, é seu bem mais valioso, principalmente quando escasso, já que, como é sabido, quanto mais difícil de se encontrar determinado objeto, mais valioso este é. E a quem o homem confia seu bem mais precioso? Ao seu barbeiro. Veja bem ao seu barbeiro. "Mas você vai simplesmente passar a máquina! Não pode ir no barbeiro aqui da esquina que é até mais barato?" "Não! Não posso trocar o Marcão assim, sem qualquer motivo relevante! Ele corta meu cabelo desde meus 4 anos – ele sabe todos os meandros e trâmites internos de meu couro cabeludo! Não posso traí-lo por uma questiúncula econômico-financeira!". E assim Marcão estabelece um vínculo de confiança e fidelidade que ultrapassa gerações...
E o que dizer do time de futebol do coração? Ora, a mulher só tem uma reclamação mais forte que a referente à infidelidade – a referente à atenção dispensado aos programas futebolísticos de Domingo e Segunda-feira à noite, que discutem o lance polêmico como se discutissem o futuro da nação e a necessidade da iminente guerra nuclear! E lá está o homem, diante da tv e do rádio, fiel não só ao seu time de coração como também à opinião de seu comentarista favorito e seu apresentador mais querido. Quem ouve Jovem Pan não suporta ouvir o som "ecoado" de uma rádio Bandeirantes. Quem escuta as besteiras positivas de um Sílvio Luiz, não se rebaixa às besteiras impensadas de um Galvão. E é claro, quem torce para o Grêmio jamais o troca pelo Internacional...
E mesmo nos casos do "ele só me trocou por ela porque ela era mais nova, bonita e exuberante" não cabe acusar o homem. A culpada é mais uma vez a traída. Ora, ninguém troca de time porque foi rebaixado e o arqui-rival possui um esquadrão de galáticos e goleadores de dar inveja a qualquer seleção campeã do mundo. Pelo contrário, é justamente na Segunda divisão que o amor e a fidelidade demonstram mais força e paixão!
Ora senhores e senhoras, nem mesmo preciso comentar sobre a fidelidade do homem à sua meia furada, ao chinelo gasto ou à cueca velha e confortável que usa para dormir. Está provado: homens são fiéis, fiéis no sentido mais vil e mesquinho da fidelidade. Mas fiéis.

4 comments:

Anonymous said...

hé, elas que mereciam a alcunha de "cretino", ou seu equivalente feminino...

Anonymous said...

Eh! Nós somos as pobres vítimas! Agora me lembrei do meu ex-barbeiro João: barbeiro, gaúcho (gremista) e macho pacarai.... Saudades....

Anonymous said...

Detalhe que fiquei sabendo da existência deste blog hoje. Só hoje! Sem mais,

monica said...

Paulinho, com mais atraso ainda, obrigada pela lembrança de aniversario!

Como comentario, citando o poeta, "Young men want to be faithful and are not; old men want to be faithless and cannot." Se bem que ele mesmo foi uma exceçao à regra. Estou divagando, sim eu sei, é pq sobrevivi a 20 horas num trem trashissimo so pq tinha uma bibliografia dele pra ler. Incrivel. Fascinante. Que vida *legal*. Exceto é claro pela cadeia, as baixarias, a repressao etc etc =p